Como as sanções podem evitar guerras e como elas impactam o seu bolso?
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  • Foto do escritorVinicius Fernandes

Como as sanções podem evitar guerras e como elas impactam o seu bolso?

Atualizado: 23 de mar. de 2022


Este vídeo tem objetivo meramente educacional e informativo.


Esse é um questionamento bastante apropriado tendo em vista o atual quadro geopolítico observado desde a invasão russa à Ucrânia em 2022.


Embora possa ser um tema recente para muitos, a eficácia das sanções econômicas vem sendo estudada já há muito tempo. No entanto, quando olhamos para a literatura não existe consenso.


Hufbauer, Schott, and Elliott* mostram em seu estudo que apenas 34% das sanções aplicadas entre 1914 e 1990 foram efetivas. Por outro lado, em estudo publicado pela Harvard em 1996, Elizabeth Rogers** sugere que a maioria das sanções não funcionaram por terem sido brandas e pouco coordenadas entre os países. Afinal, as sanções podem sozinhas evitar um conflito armado?


Observando o que vivemos hoje, a resposta é que talvez não.


Mesmo com as sanções o Kremlin seguiu a escalada militar, invadindo e atacando diversos pontos estratégicos ucranianos.


A forte atuação conjunta pelos países do ocidente busca atingir três principais alvos: (i) as condições financeiras locais; (ii) o apoio dos oligarcas russos ao governo; (iii) retirar a Rússia do comércio internacional.


Como escrito em reportagem recente da revista britânica The Economist “nenhuma grande economia no mundo moderno foi atingida de maneira tão forte por tais armas”.


Mesmo com tamanha intensidade, a guerra continua. Sendo assim, alguns podem acreditar que para nada serviram as sanções, a não ser para elevar os preços internacionais de boa parte das commodities do mundo. Esse é o copo meio vazio.


Olhando para o copo meio cheio, as sanções funcionam como um preço a ser pago pela invasão. Com as medidas, no curto prazo há o enfraquecimento da atividade econômica local, e no médio a longo prazo do potencial militar do país alvo.


Com a inflação atingindo níveis extremamente perigosos na Rússia (estima-se algo em torno de 70% ao ano)*** não apenas a capacidade de investimento militar será atingida, mas também boa parte da população. Além disso, com as sanções sendo praticadas há espaço para novas negociações. Caso haja uma redução da escalada militar, podemos ter também uma redução das medidas econômicas. As sanções não buscam apenas evitar os conflitos, mas também reduzir a intensidade e a duração dele.


Independentemente do resultado da guerra, as consequências para os ativos financeiros ao redor do mundo são claras. Desde 2021 já vivíamos um processo global de pressão inflacionária, que obrigou os bancos centrais ao redor do mundo a atuarem.


O Fed (Banco Central americano) anunciou que iniciaria o processo de subida dos juros em 2022. No Brasil, ainda em 2021, o Banco Central elevou a taxa de juros de 2,00% para 9,25% em dezembro. Com o conflito militar esse cenário deve se intensificar. Atualmente, os investidores já projetam a taxa Selic atingindo 13,50% para o final de 2022.


Portanto, o que devemos fazer para nos proteger de um cenário tão desafiador?


A primeira sugestão é sempre a mesma. Procure um especialista em investimentos que possa entender as suas particularidades como cliente, e assim, juntos, vocês possam desenhar a melhor estratégia.


A segunda é de fato manter uma carteira com ativos protegidos pela inflação.


No mercado brasileiro, existem diversos títulos (públicos e privados) que tem o seu rendimento atrelado a uma taxa de juros mais a variação da inflação no período. Em momentos como esse, tais ativos se tornam ainda mais importantes.


Por fim, uma lição que a guerra também nos mostra é a necessidade de diversificar geograficamente nossos ativos. Buscar ativos em outras economias abre um leque de novas possibilidades de investimento e reduz nossa exposição ao risco brasileiro.


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Autor: Vinicius Fernandes, Mestre em Economia pelo INSPER e economista da JBN Financial Partners.

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