Este vídeo tem objetivo meramente educacional e informativo.
Certa vez, passeando no shopping com uma amiga e sua filha de 4 anos, testemunhei o seguinte diálogo entre as duas:
- “Mamãe, compra para mim?” – apontava e menina para a vitrine de brinquedos.
- “Não posso filha, não tenho dinheiro.”
- “Ué mamãe, então compra dinheiro!”
Vivemos em uma sociedade onde somos adestrados a consumir desde cedo.
As crianças são alvos fáceis das campanhas de marketing, e os pais, por sua vez, enxergam como uma declaração de amor fazer as vontades dos filhos, propiciando a eles tudo que não tiveram na sua própria infância.
A consequência disso são adultos que consomem desenfreadamente pois não aprenderam uma regra básica na infância: dinheiro acaba!
Mas existe uma coisa muito importante que a maioria dos pais não tiveram em sua infância e que deveriam proporcionar a seus filhos.
A educação financeira.
Assim como ensinamos desde cedo nossos filhos a se comportarem bem, falarem certo, ter uma boa higiene, também devemos ensinar a como se relacionar com dinheiro.
Mas como fazer isso desde cedo e de forma lúdica?
Dizendo “não”!
Quer ver algo interessante. A prática da mesada.
Como esse hábito pode ser utilizado para gerar educação financeira?
É preciso ajudar a criança a traçar uma meta. Algo que ela queira consumir.
O porquinho é um ótimo exemplo.
Sabe aquele cofre em formato de porco que colocamos moedas? Ele mesmo... aquele que normalmente só quebramos quando está bem cheio e existe um propósito para comprar algo específico como recompensa.
Ele é uma ótima ferramenta para ajudar nessa questão.
Apresentar o porquinho (ou qualquer outro tipo de cofrinho) ensina a poupar. Mostre a seus filhos que parte da mesada pode ser guardada com uma finalidade específica.
Se o objetivo for de um valor muito alto, torne-se “sócio” do seu filho, ao invés de “patrocinador”.
Diga que se ele conseguir juntar um determinado valor, você consegue ajudar com o valor faltante.
Se a criança já possui idade suficiente, está na hora de ensinar que para “ganhar” dinheiro precisa-se de uma contrapartida e que a falta de cuidado pode fazer com que você perca dinheiro também.
É a hora de remunerar por tarefas e assim, a educação financeira se insere no contexto de educação como um todo.
A criança pode receber um valor por concluir suas tarefas diárias, um extra por boas notas ou até perder dinheiro em um eventual “potinho do palavrão”.
Cada família se sentira mais confortável com a sua maneira de recompensar seus filhos.
Por fim, ensine a fazer escolhas.
Renunciar a uma coisa em detrimento de outra que custa o mesmo valor.
Sim, você vai precisar dizer “não” mais algumas vezes para ensinar seus filhos. Não quer dizer que estamos proibidos de dar presentes aos nossos filhos, claro que podemos!
Pondo em prática essas dicas você vai ensinar três lições fundamentais:
1- Dinheiro acaba.
2- Você precisa gerar renda para conquistar o que deseja,
3- Muitas vesez você vai precisar fazer renúncias para atingir seus objetivos.
A consequência disso é um adulto que consome conscientemente dentro de suas possibilidades e que por isso, tem tranquilidade financeira.
Por fim, fica aqui uma lição para os pais: Dizer “não”, também é um ato de amor!
Autora: Bárbara Souza, planejadora financeira pessoal e possui a certificação CFP® (Certified Financial Planner)